Existem amores que ficam presos no tempo. Não porque ainda queremos vivê-los, mas porque, em algum lugar dentro de nós, existiu um futuro em que eles deram certo. Um futuro que nunca aconteceu. Meu primeiro amor foi assim—uma história que, por mais que tentássemos, nunca encontrou um final feliz. E talvez nem precisasse.
Testamos de todas as maneiras se encontrar. Testamos a paciência, o destino, os desencontros. Testamos o amor e, no fim, fomos reprovados. Não no amor, mas no que fizemos dele. Existiu a fase da euforia, das conversas que viravam madrugadas, dos planos que pareciam possíveis, do toque que fazia o mundo caber dentro de um instante. Existiu também o momento em que percebemos que não bastava querer. Porque pra sempre é tempo demais pra prometer. E a gente queria pra o para sempre.
Houve um tempo em que lutei contra a maré. Me recusei a aceitar que não éramos certos um para o outro. Quando tudo desmoronou, me encontrei voltando aos lugares onde ríamos juntos, buscando vestígios do que fomos. Mas a cidade permanecia igual, e apenas eu havia mudado. E então, eu me dei conta que, os sonhos se perdem no tempo, e o tempo já não estava a nosso favor.
Olhando para trás, vejo que a dor não era apenas pela ausência, mas pela certeza de que, por um tempo, tudo aquilo foi real. Que houve um dia em que eu quis, de verdade, que desse certo. E houve um dia em que percebi que nunca daria. A memória ainda machuca, mas de um jeito quase bonito, definitivamente, poético. Porque por muito tempo era para esse ex amor que eu escrevia, e com músicas do BK, que me curava.
E talvez seja isso. Talvez algumas pessoas fiquem no passado não porque deram errado, mas porque cumpriram o que tinham que cumprir. E eu não trocaria esse aprendizado por nada. E, se existe uma versão de mim presa lá atrás, olhando para aquele futuro que nunca foi, eu sei que, no fundo, ela também entende. No fundo, ela também sorri. É como diz o BK, “Eu agradeço a um amor de antes por mostrar o que eu não quero daqui em diante”.
Hoje, ao ouvir "Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer" percebo que passei de “já não sonho, não tenho pesadelo. Seu sorriso já não me desespera.”, no qual o amor ainda dói, mas procura mostrar que não dói tanto mais, para, “porque hoje o coração quebrado me traz mais inspiração que traumas”. No qual, ali a dor não tem mais espaço de vítima, pois foi confrontada. O tempo trouxe a paz que antes parecia inalcançável. E, embora a lembrança ainda exista, ela não dói mais. É apenas uma melodia distante, uma canção que já não canto com dor de antes.
Assim como BK reflete em seu álbum, aprendi que algumas histórias são diamantes—valiosas, mas que precisam ser deixadas para trás. Lágrimas que um dia foram derramadas, mas que agora secaram. Rostos que tentamos esquecer, mas que sempre farão parte de quem somos.
mds finalmente alguem falando do BK nesse app🙏🏼
Eu vi seu blog no tiktok e assim que abri o subs ele apareceu, o que eu posso dizer desse texto além de que ele fala bastante do processo que estou passando agora após meu recém término. Porém, ainda sinto tudo tão intensidade por ser tão recente, que algumas partes ainda não cheguei a alcançar, mas esse álbum com certeza é de tocar o coração, seu texto é lindo, ainda mais trazendo sua vivência pessoal. 🥺❤️